Tarte de damascos e cerejas

Associamos as tartes ao inverno, quando sabe bem aquecer a casa com o calor do forno. Mas é no Verão, com as frutas mais sumarentas e coloridas, que as tartes são mais apreciadas.

Vi esta receita num dos blogs estrangeiros que sigo – o Sally’s Baking Addiction. Pode parecer mal o que vou dizer, mas a verdade é que no que toca a fotografias maravilhosas e receitas incríveis, os norte-americanos e os ingleses já dominam a coisa à mais tempo – a pioneira foi a Martha Stewart com o seu milionário império. 
Contudo, acho que por cá estão a nascer e a desenvolverem-se blogs cada vez mais bonitos e originais, e isso é uma coisa boa 🙂
A “concorrência” faz-nos inovar e melhorar, por isso gosto de a ter. Faço por escrever melhores posts, tirar melhores fotografias, trazer melhores receitas – sempre melhores que as anteriores – e acho que isso se tem vindo a notar.
Mesmo com esta minha incursão por um estilo de vida mais saudável, acho que só ganhei eu, a nível pessoal, e vocês que me lêem, pois encontram receitas diferentes e deliciosas (e apelativas aos vossos olhos, acho eu).
Sou muito perfeccionista com algumas coisas, e uma delas é as fotografias que ponho no blog. Por receita, tiro uma média de 15 fotografias, e só vêm aqui aquelas que ficam mesmo tal e qual como quero. Se calho ter o azar de nenhuma das fotografas ficar aceitável – como acontece quando faço pratos à noite, e a luz artificial mete medo, e o flash é de fugir – nem sombra da receita aparece aqui. 
Olhando para trás, dá-me vontade de apagar metade dos posts, mas não o faço porque assim consigo ver o quanto evoluí; e isso deixa-me muito satisfeita.
Espero que esta constate aprendizagem seja visível desse lado, e que vos agrade tanto (ou mais, que eu tenho um lado negativo sempre a puxar para baixo) como a mim.
***
Adoro tartes, destas com um aspecto caseiro, cujo recheio explode por entre o rendilhado de massa – as típicas “pies” americanas. Nas minhas viagens aos Estados Unidos pude comer muitas tartes, e devo dizer-vos, são mesmo boas – tal e qual como vemos os filmes: lindas, maravilhosas, brilhantes e a fumegar.
Ai ai, saudades.
Tenho árvores de fruto aqui pelo quintal, e agora é que começam a dar. Para esta tarte, aproveitei a enchente de damascos – basicamente comi damascos ao pequeno almoço, ao lanche, a toda a hora, fizeram-se 2 panelas de compota, 1 crumble enorme, e ainda sobrou – e decidi-me a fazer uma tarte à moda americana.
E sim senhor, fui buscar a receita original, não inventei nem tirei manteiga nenhuma e não fiquei com remorsos deste meu devaneio. 
E se valeu a pena! Esta tarte é para repetir muitas e muitas vezes
Ver receita original aqui.
Ingredientes:
Massa
315g de farinha com fermento
1 col.chá de sal
240g de manteiga
160ml de água gelada 
A água tem de ser mesmo fria, saída com frigorífico – segundo a autora da receita, só assim se consegue que a massa fique crocante depois de cozinhada. E se ela diz, eu acredito!
Começa-se por misturar a farinha com o sal. Junta-se a manteiga partida em cubos, e com um garfo, vai-se desfazendo com a farinha, até que fiquem apenas uns. Gradualmente, junta-se a água e vai-se mexendo até obter uma massa homogénea. 
Dividir a massa, e levar ao frigorífico por cerca de 2 horas (podem fazer a massa de véspera, que ao arrefecer trabalha-se muito bem).
Recheio
15 damascos, descascados e partidos em quartos
1 chávena de cerejas, sem caroço, partidas em metades
5 col.sopa de açúcar amarelo
1 col.café de noz moscada
1 col. chá de canela
2 col. sopa de farinha de arroz ou de maizena
Tratar da fruta, e misturar com os restantes ingredientes – reservar numa taça, e vamos tratar da massa!
Numa superfície enfarinhada, esticar a massa até que fique com a espessura de 3 mm. Dispor sobre a tarteira e cortar à medida.
Com o resto da massa, cortam-se tiras, com a espessura de 1 dedo, que vão servir para colocar por cima da tarte.

Dispor o recheio sobre a tarteira, e por cima, entrelaçar as tiras de massa.
Levar ao forno pré-aquecido, a 230ºC, até que a massa esteja dourada e crocante.

  

Deixar a tarte arrefecer por 2 horas antes de a comer.

Parece bem não parece? Decadentemente deliciosa!
É obrigatório experimentar!
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19 thoughts on “Tarte de damascos e cerejas

  1. Que tarte maravilhosa Tekas!!! 🙂 Manda-me uma fatiazinha para o lanche pelo amor de deus…simmmm??? 🙂 hehehe
    E sim, as tuas fotografias estão cada vez melhores e o teu perfecionismo é bem visível 😉 (mas não exageres que nós adoramos comer com os olhos, mas gostamos acima de tudo de conhecer todas as tuas experiências culinárias 😉 hehe)
    Beijinhos e bom fim de semana *

    1. Bem, desta já não há, mas como sobrou maçã estou a inventar uma de maçã – duvido é que chegue ai em condições, mas sabes bem que ta mandava se pudesse!
      É um defeito e uma qualidade, se subo a fasquia mantenho-me lá, por isso fotos duvidosas já não podem aparecer. Mas também tenho aprendido grandes habilidades para enganar a luz, e assim já posso fotografar e dar-vos a conhecer as minhas experiências – só as boas, as más não se dizem a ninguém! Bom fim de semana 🙂

  2. A evolução na imagem é notória, sem sombra de dúvidas 🙂
    Gosto de um blog com fotografias atraentes, mas confesso que quando encontro aqueles mais que perfeitos, sinto-me distante, tanto de quem escreve, como das receitas.
    E mais importante para mim do que as fotografias deslumbrantes, é mesmo a essência das receitas e nisso ninguém iguala os Portugueses!! 🙂

  3. O problema de tudo isso é que os blogs estrangeiros se tornam algo impessoais 😉 Mas continuo a gostar, nem que seja porque a cada receita há 200 comentários com opiniões de substituição, melhorias, maneiras de tornar vegan, mais saudável, experiências,… E isso dá mesmo jeito. Principalmente quando tenho alguma coisa no forno e vou ler o que me espera 🙂 (ou pode ser mau, porque depois há gente desmancha prazeres (desmancha prazeres do tipo «GOD, this is gross. It just gets this awfull wet dog aftertaste, jesus, it's so gross, I couldn't eat it. Please, don't make it, you're gonna regret. You're actually going to DIE if you make it» (pronto, se calhar menos um bocadinho)) e eu perco a vontade de fazer as receitas :))
    Mas se não fossem os blogs estrangeiros… Quer dizer, há muitos bons por aqui, mas baseiam-se nos de lá (até porque blogger a tempo inteiro é uma profissão relativamente comum no estrangeiro, o que lhes dá oportunidade de experimentar uma receita 20 vezes e fazer melhorias) e os americanos, principalmente, fazem um monte de coisas giras a copiar marcas que quero sempre fazer.
    Tem piada porque eu nunca considerei a diversidade de blogs como «concorrência amigável», até porque o meu blog é muito pequeno comparado com outros (nem eu esperaria outra coisa, porque não tem grande qualidade, e tenho consciência disso).
    Eu não tenho grande jeito para fotografia, mas isso já se sabe haha… As fotografias que tiro são com um iPad, o que aliado à minha falta de jeito não dá grande resultado. Mas não é por serem más que é fácil escolhê-las, pelo contrário 😛 Na última receita tirei 177 fotos e escolhê-las foi muito difícil (considerando a qualidade relativa :))
    Essas tartes são mesmo giras, gostava de experimentar 🙂 Aquilo de que tenho saudades do meu preferido (único) país de férias é frozen yogurt (saudaaaades) e pão (eu sei, é estranho, mas pronto, o pão de lá é melhor, o que é que se há de fazer? ;))

    1. Os blogs de lá são mesmo um negócio, e como tal a distância cresce na mesma proporção do sucesso que vão tendo. Ainda assim, são uma fonte de inspiração para mim. E os comentários eu já nem leio, porque sei bem que os americanos são de extremos e quando querem dizer que detestam abusam e bem dos adjectivos.
      Acho que temos à aprender com os outros blogs, ver as coisas boas, ver as coisas más e por consequinte melhorar os nossos – a minha cozinha é bem pequenina na blogosfera, nem eu penso outra coisa 🙂
      A parte da fotografia passa grande parte pelo gosto pessoal – como adoro fotografia, acabo por ser muito picuinhas – principalmente comigo própria.
      E estas tartes, nossa senhora, são tão boas! De lá não tenho falta de grande coisa porque agora consegue-se fazer em casa muitas coisas – menos os blueberries! Arranjem-me uma caixa de 5 kg e vai toda – mas cá nem olho pra eles com medo de pagar os preços exurbitantes que nos pedem. Bora de férias agora!

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